Essa semana tive o prazer de passar as tardes em casa. Sendo assim, tive a satisfação de assistir algumas vezes à Sessão da Tarde. Quanta saudade dos dias de colegial, mas, ao mesmo tempo, surgiu uma pulga reflexiva atrás da orelha. Alguém já parou para pensar seriamente sobre o papel da dos filmes da Sessão da Tarde na formação do imaginário da juventude brasileira? Fala-se muito nas novelas e sua função de integração da cultura nacional, porém, e os enlatados vespertinos, ninguém se deu conta da sua avassaladora influência?
Nesses dias assisti àquele filme em que uma menina se finge de homem para conseguir publicar um artigo num periódico do colégio, Roupas dos anos 80 (arrgh!), diálogos sobre emancipação feminina, popularidade escolar, enfim, todos os componentes de um drama despretensioso adolescente, embora com algum pano de fundo ético. Dias depois conversei com uma pessoa fascinada pelos filmes e toda a cultura 80's. Ela se lembrou sistematicamente de todo o figurino da mocinha, as meias, as botas de couro brancas, o colant de uma alça só, etc...
Já na terça, pude rever pela enésima vez o clássico "O Grande Dragão Branco". Sem comentários, meus olhos ficaram marejados com a frase dita pela repórter que faz par romântico com Frank Dux (Van Damme): "a violência e tão cruel!". Quantas gerações de homens foram moldadas segundo o padrão hetero-violento de afirmação da masculinidade. Tudo bem que hoje, na vida adulta, tenho consciência que aquele cara cheirava cocaína, era menor que o Romário e ficou ligadaço coma bunda caída da Gretchen, mas, naquela época... Tudo que eu queria era ter uma abertura de perna de 210º e chutar a cara dos imbecis que me azucrinavam no colégio.
A civilização cristã-ocidental teve seu berço na Grécia onde os jovens eram educados com base nos modelos morais da mitologia. Hércules, Zeus, Afrodite, Atena, eram os standarts comportamentais da sociedade. Deus do ceú, que dirão os arqueólogos sobre nós quando desenterrarem nossas quinquilharias?
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Eu preciso de um amor, de ouvir e falar sobre ele.
Eu preciso de um daqueles amores que expliquem o porquê da aceleração do meu batimento cardíaco, que me façam suspirar e, as vezes, engolir seco.
Que faça com que aqueles dias frios e inúteis se torne um dos melhores dias da minha vida, a partir do instante em que as faces se roçam e as bocas se encontram.
Eu preciso encontrar aquela outra parte perdida de mim no infinito, aquela outra estrela solitária, para que então nos tornemos um pulsar, quem sabe até façamos um sistema solar e daí uma galáxia.
Eu preciso de um amor daqueles de ver no fundo dos olhos do outro as minhas próprias entranhas.
Onde na imensidão está a dona desses mistérios...
Em homenagem ao dia dos namorados.
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PS: Semana que vem tento terminar o conto da semana passada (malditas pendências!). E a experiência da montanha pretendo contar com mais detalhes.
abçs e até sexta para os amigos cariocas.
O garçon não traz seu comment?! Comenta aqui!!...
Mais uma dose do Anônimo, no balcão às: 18:45
