A proximidade da barbárie
Minha passagem pelo Partido dos Trabalhadores me trouxeram boas e más experiências, e uma das boas foi, tranquilamente, o acesso a textos sociais e políticos não só do movimento estudantil, mas de conjuntura internacional e nacional. Outra coisa legal foi o contato com o movimento sindical, ao me tornar suplente da Direção Estadual da tendência interna da qual fiz parte, no Partido.
O melhor deles foi com certeza o documento "Socialismo ou Barbárie", escrito por Vladimir Pomar. Na verdade, é um conjunto de resoluções da Articulação de Esquerda para o ano anterior ao que Lula foi eleito, que trata do atual estágio do capitalismo e a conseqüência da "possível"perduração desse modelo dali pra frente.
Esse prelúdio foi uma justificativa para o que vou relatar agora....
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Ontem fiz a prova de advogado junior para a Petrobrás, que na verdade foi uma experiência que eu queria ter antes de entrar para valer nesse circuito, quando me formar ( o mais cedo possível...). E para ter uma percepção verdadeira, resolvi prestar atenção também nos candidatos, e uma coisa era muito clara: o desespero.
Essa emoção era clara em todos, seja qual for a idade, e seus familiares não fugiam à regra. Aquilo para mim refletiu bem a realidade do país hoje: total desespero na busca por estabilidade econômica.
E cá entre nós: isso é ou não é o reflexo de um modelo falido??
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Bem, e o socialismo, devem estar se perguntando os leitores. Bem, o socialismo não acabou, como muitos pensam, mas estacionou, muito por culpa dos militantes messiânicos (e não socialistas, como se entitulam), que acham que Lênin, Stalin, Trotsky e derivados foram os messias. Por isso, ou os Partidos socialistas foram cooptados pelo sistema capitalista e pela burguesia mundial, ou se tornaram uma verdadeira seita, cada vez mais segregacionados. O socialismo real parou no momento que o conceito perdeu espaço para o personalismo na militância. Karl Marx deu o mínimo que a sociedade precisava para combater o mal que surgia (quem nunca ouviu falar de O Capital?).
Lênin foi o que mais desenvolveu, mas sua doença o impediu de preparar alguém que o substituísse à altura.
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Com isso, não vejo conjuntura diferente: ou a barbárie está próxima, ou já começou, isso não tenho capacidade teórica, histórica e sociológica para compreender. Mas que os trilhos estão desalinhavados, isso estão. A cada dia o mundo cão fica mais evidente, infelizmente.
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Terminarei esse post caótico, com a pior projeção possível para a conjuntura daqui pra frente, com uma frase conhecida e cada vez mais pop, de Ernesto Che Guevara, que cai bem para o espírito que aqueles que querem um outro mundo, um outro sistema, uma outra sociedade:
"Têm de endurecer a luta, sem perder a ternura jamais"
PS: No próximo post, tentarei aprofundar mais o que penso sobre o mercado informal, principalmente com os comentários colhidos em meu último post.
O garçon não traz seu comment?! Comenta aqui!!...
Mais uma dose do Art, no balcão às: 00:09
